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Tratamento para fertilidade na Alemanha: o dia em que venci a infertilidade – Parte I

Escrito por Karina Finke agosto 17, 2018
Tratamento para fertilidade na Alemanha: o dia em que venci a infertilidade – Parte I

Tratamento para fertilidade na Alemanha: o dia em que venci a infertilidade – Parte I

Quase ninguém gosta de se abrir sobre esse assunto, que é um tabu ainda nos tempos atuais. Todavia, eu gostaria de ajudar, de certa maneira, os casais que estão nessa luta com a história de motivação a seguir, sobre o dia em que venci a infertilidade.

Não foi fácil chegar até aqui. Olhar o rosto do meu filho me traz uma felicidade indescritível. Eu consegui. Quando olho para trás, parece que tudo foi um sonho. Mas realmente aconteceu, as mudanças e marcas no corpo estão aqui para mostrar isso. Cada uma delas é importante para me lembrar do que passei para ser mãe.

Sempre soube que precisaria de uma ajudinha médica para engravidar. Eu tenho a síndrome dos ovários policísticos, que deixa os hormônios desregulados. Claro que isso não era um problema enquanto não pensava em filhos, mas após me casar e ter esse desejo, tudo complicou. Preciso dizer que tive a sorte de estar na Alemanha, pois o meu plano de saúde bancou os custos nesse trajeto.

Após tentar por um ano sem sucesso, minha médica ginecologista foi bem clara ao me informar que não poderia me ajudar. Eu teria que ser encaminhada a uma clínica de fertilidade especializada. Assim foi. Meu marido e eu fizemos os exames necessários e informados de que teríamos três tentativas com ajudas de hormônios injetáveis na minha barriga, podendo ser estendido a seis tentativas se eles achassem conveniente. Senão passaria para inseminação ou fertilização in vitro, que gerariam um certo custo. Sobre os custos do tratamento de fertilidade  explico em outro artigo. Para ler, clique aqui.

Primeiras tentativas

O primeiro ciclo de tentativas não deu muito certo porque não fizemos tudo exatamente como as médicas tinham explicado. Elas disseram que acontece mesmo, e não fiquei muito chateada. Tinha que me aplicar injeções de pequenas quantidades de hormônio todas as noites até ter um folículo pronto para ovular. Tudo era acompanhado por ultrassonografias em datas que as médicas achavam necessárias. Quando o folículo estava pronto, tinha que aplicar uma outra injeção para estourá-lo e a ovulação acontecer. Depois precisava de outras duas injeções para manter a progesterona alta, até fazer o teste de sangue de gravidez duas semanas depois. Não era algo difícil, tirando o meu nervoso de injeção e, que a partir daquele momento, eu mesma precisava aplicar em mim.

No segundo ciclo, precisei repetir com uma dose maior, porque meu corpo não reagiu tão prontamente como na primeira vez. Precisei tomar mais tempo de injeção também. Minha barriga ficava toda furada, mas não doía como imaginei. Quando liguei para a clínica para saber meu resultado, deu positivo! Nem acreditei. Quando fui fazer o pré-natal com a ginecologista, que me encaminhara, descobrimos que estávamos esperando gêmeos idênticos.

Infelizmente, a felicidade não durou muito. Fomos do céu ao inferno em questão de um mês. Com nove semanas, em uma ultrassonografia de rotina, vimos que nossos bebês tinham morrido na barriga. Os corações não batiam mais. Foi a cena mais triste da minha vida. Olhei para a tela do monitor e vi aqueles embriões com mãozinhas e pezinhos, um de frente para o outro, parados e sem vida. Olhei para meu marido e vi os olhos dele cheios de lágrimas e com esperança de ter algum engano. Foi de cortar o coração. Acabei decidindo por fazer uma curetagem no hospital para a retirada.

Foi triste, foi pesado. Esse acontecimento mudou quem eu era, foi uma transformação na minha alma. Havia perdido de certa forma a inocência de uma gravidez perfeita. Chorei dias e noites. O suporte do meu marido e a companhia dos livros me ajudaram muito a levantar a minha cabeça.

Leia também: Ter o segundo filho: um sonho ou uma boa ideia?

Tentei novamente depois dos meses de resguardo pós-curetagem e consegui. Precisei de muitas injeções para o corpo reagir e a ovulação funcionar. Ficamos com muito medo, mas muitos esperançosos, até fazermos a primeira ultrassonografia e descobrir que não havia embrião, só o saco amniótico. Era a chamada gravidez anembrionária. Mais uma vez, ficamos desiludidos. Fiz novamente uma curetagem para a retirada.

Depois dessas desilusões, dei um tempo. Precisava colocar minha cabeça no lugar e realmente foi importante. Ficar tentando uma vez seguida da outra não era bom. A gente precisa do tempo do luto. Então viajamos para o oriente, aproveitamos a vida a dois e percebemos o quanto já éramos felizes.

Decidi voltar a tentar e fui investigar porque estava perdendo as gravidezes na minha barriga. Fiz exames invasivos, precisou até furar o meu abdômen. Descobri uma endometriose leve (não tinha sintomas), que não era a razão dos acontecimentos, e foi retirada cirurgicamente. O motivo era um septo incompleto no útero, como se fosse uma parede que impedia a fixação ou desenvolvimento dos embriões. Retirei também em uma outra cirurgia. Em apenas um ano, passei por duas cirurgias e duas pequenas cirurgias (curetagens), todas com anestesia geral.

Nova tentativa e grande pressão

Depois de esperar os meses de resguardo pós-cirúrgico e mental, tentei mais uma vez. Novamente, precisei aumentar um pouco a dose de hormônio e precisei de muitas injeções. Esse terceiro ciclo foi exaustivo. Muitas ultrassonografias foram necessárias, porque o corpo demorou para reagir satisfatoriamente ao medicamento. Resultado positivo! Eu já não sabia se me alegrava até ver a primeira ultrassonografia. E nela descobri que a gravidez já havia sido perdida. Descobri mais um termo: gravidez bioquímica. Quando a gravidez termina tão rápido quanto começou.

Era uma grande pressão. Pouco mais de um ano e meio tinham se passado desde que comecei na clínica de fertilidade. Três tentativas e quatro cirurgias nas minhas costas. Muitos familiares e alguns amigos me perguntando de gravidez, dando palpites e soltando palavras que, sem querer, feriam.

Respirei fundo. Ouvi uma voz dentro de mim me dizendo para tentar só mais uma vez, sem ninguém saber. Combinei com meu marido de tentarmos e não falarmos nada a ninguém. Um mês depois da gravidez bioquímica reiniciei o tratamento. As doses de hormônio já eram o dobro de quando comecei. Fizemos sem grandes expectativas, estávamos quase sem esperança e já estávamos aceitando que a vida a dois também é completa. Era a última chance.

Continuarei meu relato na segunda parte do texto.

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Karina Finke

Karina é carioca e mora em Dorsten, na Alemanha, desde abril de 2011. Formada e pós graduada em Relações Internacionais, trabalha com Comércio Exterior. Ama a leitura, jardinagem, viajar, dançar, aprender idiomas estrangeiros e cozinhar.

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1 Comentário

O dia em que venci a infertilidade - Parte II setembro 21, 2018 - 12:50 am

[…] expliquei no texto do mês passado (se não leu, clique aqui), essa tentativa era a última chance. De certa forma, eu estava mais tranquila. Ninguém sabia que […]

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